segunda-feira, 30 de maio de 2011

LEMBRANDO MACHADO DE ASSIS



         Lá se vão muito tempo, mas as lembranças ficam...
         No tempo de colégio tínhamos por obrigação conhecer e ler as obras de um grande escritor – MACHADO DE ASSIS.
         Rememorando tempos tão felizes, onde os jovens ainda liam, se interessavam por literatura e sabiam escrever, desenvolvendo o aprendizado que seus mestres com carinho, respeito e amor os seus alunos apresentavam, lembro-me das obras do GRANDE MACHADO (como chamávamos). Era uma aprendizagem poética, onde descobríamos personagens criadas por uma mente, que sabia transmitir com uma vivacidade que nos transportava para dentro daquelas páginas com seu português impecável, seu estilo elegante ou aquele tom coloquial, que era absolutamente novo para nossas mentes abertas a absorver seu humor fino, sua sedução, tornando-nos cúmplices de seus contos.
         A extensa e variada obra de Machado de Assis tinha tinta da melancolia, humor, ironia, sarcasmo e cinismo.
         Em “Memórias de Brás Cubas”, o humor negro nos fazia rir através dele e, sem que percebêssemos, de nós mesmos. Brás Cubas é a história de uma vida desperdiçada, de um sujeito que só depois de morto pode contar sua história contando-se nela. E a fraqueza é a primeira virtude de um defunto, já dizia Brás Cubas, que passou a vida escapando de si mesmo. Mas é sua dor que está encoberta. É sua incapacidade de fazer de sua vida algo, poupando-se sempre para nada.
         Machado de Assis brinca com a condição humana usando seu personagem.
         Vale à pena reler, relembrar, sonhar, pois a leitura é um sonho e Machado de Assis nos leva para este mundo com a maestria de um grande pensador, fazendo-nos comungar com alguns de seus dizeres.
         “Por ceder em nosso desejo, e para responder a isto, cabe-nos não recuar diante da morte, mas incluir na vida o leito que nos cabe fazer.”
         “Se tens lágrimas chora, mas se só tens riso, ri- é a mesma coisa.”

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