segunda-feira, 30 de maio de 2011

EXPERIÊNCIAS DE UMA SIMPLES PROFESSORA

            Como professora e educadora, minha meta maior é conhecer o universo da criança e para isso necessito buscar subsídios para entrar neste mundo sem invasão, sabendo respeitar a individualidade de cada um, pois, cabe a eles sua história. É neste mundo infantil que eu mergulho e que mexe com o meu imaginário.
            Numa das muitas histórias lidas é que hoje faço meu comentário - AGORA NÃO, BERNARDO – AUTOR: DAVID MCKEE.
            A história fala sobre um menino, que sempre ao solicitar a presença e a ajuda dos pais, escuta:- AGORA NÃO, BERNARDO. E nesta solidão Bernardo cria no seu mundo “o monstro” que o vai devorando. Pede ajuda aos pais, avisa que tem um monstro que está atrás dele e só ouve: - AGORA NÂO, BERNARDO. Os pais vivendo seus momentos de trabalho, sobrevivência e outras ocupações, não prestam atenção ao que está acontecendo e então, é tarde demais – o monstro devora Bernardo, toma seu lugar, fala com os pais: - Mas, eu sou um monstro. E mais um a vez ele ouve: AGORA NÂO, BERNARDO.
            E agora, qual a saída? A criança, antes de se apropriar de seus próprios significantes, experimenta em seu corpo as primeiras marcas vindas do campo do OUTRO. Os pais só vão procurar ajuda e perceber que algo está acontecendo com seu filho, como atraso na fala, dificuldade na escrita, gagueira, medos, quando eles são obrigados a se incluir nesta lógica da fantasia, quando têm que se defrontar com o vazio que a mudança de posição de seu filho vai produzir.
            O momento da entrada no universo das letras é um momento de passagem importante. É um momento especialmente sugestivo para inibições de toda ordem.
             É muito importante detectar e estar sempre atento, pais e educadores, para o momento certo de intervir para que nossas crianças tenham atenção e carinho. Para que saibam aceitar “os limites” para uma educação baseada no respeito ao próximo, tornando-os “CIDADÃOS DO MUNDO”.
            Caso contrário, teremos que perguntar ao mundo:    
             - E agora, Bernardo?

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