terça-feira, 31 de maio de 2011

BORBOLETA AZUL



Hoje vi uma borboleta azul voando
Que belo voar!
Pensar que há tão pouco, enroscada estava num casulo
a espera de abrir suas asas e encontrar o mundo.
Comparei aquela linda borboleta com o meu especial casulo.
Será que encontrarei esta total  e bela liberdade?
Será que encontrarei o carinho
para me ajudar na virada?
Será que meu futuro estará no belo voar ou no pisar,
esmagando sonhos acalentados e o voo desejado?
Hoje vi uma borboleta azul voar...
Será que seu voo alcançará o cheiro das flores,
o calor do sol e a beleza da natureza?
Hoje vi uma borboleta...



segunda-feira, 30 de maio de 2011

Pensar

         

Será que deixar as regras de lado 
fará um estrago tão grande? 
Vou deixar de ser certinha,
 ligar para a opinião dos outros 
Que pensem... 
Temos cabeça para pensar, 
Com tanto , que não queiram que sejam meus
 os pensamentos dos outros. 
A vida passa tão depressa ... 
que o que tenho vontade de fazer 
Talvez nunca chegue a tempo. 
Vou tratar de virar minha vida de ponta cabeça 
E com a ajuda divina... 
Depois eu penso. 

                           by Elenise

O SENTIMENTO DE CATIVAR

Só se cativa o que se quer por perto.
O perto tem várias formas de sentir, 
por exemplo - uma grande amizade
A amizade pode ter o formato de uma rosa
A rosa pode vir com ou sem espinhos
Os espinhos machucamm e arranham sentimentos
Os sentimentos, bons ou maus,
Podem virar apenas... LEMBRANÇAS

Eu



Sei que posso.
Sinto esta energia latente em mim,
Vibro dentro deste campo.
Acredito que transformo o mundo
Nem que seja apenas o meu mundo.
Magia, fé, coragem...
Mas sei que aonde eu quiser
Conseguirei chegar.
 Esta sou eu...
Cheia de pretensões, talvez faltando humildade
Ou então... humildade demais.
Fui criada a imagem do Criador 
E com certeza, querendo, eu chego lá. 
Me escondo, me faço invisível
e às vezes, de repente... apareço e digo
Esta sou eu...
Tenho um lugar no mundo
E vou viver todos os meus dias
Acreditando que sou única
Com uma força que me transforma
Que me torna forte , lutadora, vencedora.
Esta sou eu.

Dançar

Dançar,
soltar o corpo e a alma.
Pois a dança nada mais é
do que dar asas aos nossos sonhos.
Sempre tive vontade de numa academia entrar
Como vontade, hoje pra mim, é uma ordem
tomei coragem e num salão entrei.
Que prazer, que leveza senti
e me fiz bailarina.
Ao meu partner,um desconhecido, me entreguei.
E ao som de vários rítmos
bailei , até meu corpo cansado, feliz,
saciado daquela entrega...
Voltei ao meu mundo real.
by Elenise

EXPERIÊNCIAS DE UMA SIMPLES PROFESSORA

            Como professora e educadora, minha meta maior é conhecer o universo da criança e para isso necessito buscar subsídios para entrar neste mundo sem invasão, sabendo respeitar a individualidade de cada um, pois, cabe a eles sua história. É neste mundo infantil que eu mergulho e que mexe com o meu imaginário.
            Numa das muitas histórias lidas é que hoje faço meu comentário - AGORA NÃO, BERNARDO – AUTOR: DAVID MCKEE.
            A história fala sobre um menino, que sempre ao solicitar a presença e a ajuda dos pais, escuta:- AGORA NÃO, BERNARDO. E nesta solidão Bernardo cria no seu mundo “o monstro” que o vai devorando. Pede ajuda aos pais, avisa que tem um monstro que está atrás dele e só ouve: - AGORA NÂO, BERNARDO. Os pais vivendo seus momentos de trabalho, sobrevivência e outras ocupações, não prestam atenção ao que está acontecendo e então, é tarde demais – o monstro devora Bernardo, toma seu lugar, fala com os pais: - Mas, eu sou um monstro. E mais um a vez ele ouve: AGORA NÂO, BERNARDO.
            E agora, qual a saída? A criança, antes de se apropriar de seus próprios significantes, experimenta em seu corpo as primeiras marcas vindas do campo do OUTRO. Os pais só vão procurar ajuda e perceber que algo está acontecendo com seu filho, como atraso na fala, dificuldade na escrita, gagueira, medos, quando eles são obrigados a se incluir nesta lógica da fantasia, quando têm que se defrontar com o vazio que a mudança de posição de seu filho vai produzir.
            O momento da entrada no universo das letras é um momento de passagem importante. É um momento especialmente sugestivo para inibições de toda ordem.
             É muito importante detectar e estar sempre atento, pais e educadores, para o momento certo de intervir para que nossas crianças tenham atenção e carinho. Para que saibam aceitar “os limites” para uma educação baseada no respeito ao próximo, tornando-os “CIDADÃOS DO MUNDO”.
            Caso contrário, teremos que perguntar ao mundo:    
             - E agora, Bernardo?

SAUDADE

        Ah!...Saudade.
        Que palavra doce e triste, melodiosa e nostálgica, que me remete não só ao passado, mas a coisas não vividas.
        Saudade de quem já partiu e que deixou um vazio imenso,  que aos poucos foi se transformando em lembrança... uma lembrança gostosa de recordar: um sorriso, um abraço...um amor.
        Ah !... Saudade dos filhos correndo pela casa, crescendo, tornando-se adultos, casando... e o recomeço. Pois a vida é sempre um recomeço. Netos virão, e nossos filhos viverão uma parte de  nossas vidas vividas.
        Ah!... Saudade dos amigos, daquele primo que nos deixou a sensação do primeiro amor, mas que a  vida se encarregou de ir apagando... apagando,  deixando apenas um retrato amarelado guardado no fundo de uma gaveta.
        Buscar viver o passado? Que sonho impossível! Tudo tem sua hora certa de acontecer e se pudesse voltar, nada seria como fantasiamos em nossas mentes. A realidade da vida nos mostra, que os sonhos e a fantasia têm a magia de nos fazer sentir que temos sentimentos mas,  que estamos vivos.

MARCAS DO PASSADO

           Por que ao nos olharmos no espelho, em geral, só enxergamos aquela ruguinha que teimosa apareceu; a falta de brilho nos olhos porque a vida se incumbiu de nos apresentar problemas, que não gostaríamos que ali estivessem?
            Olhamos a casa e vemos que faltam flores nos vasos, sobram poeira nos móveis, os filhos teimam em ter idéias próprias, o grande amor de nossa vida, apesar de tantas vezes ter dito que nos amava, também disse: - ATÉ QUE A MORTE NOS SEPARE.
            Mas, pensemos um pouco: só nascemos grudados à nossa mãe e nos foi cortado o cordão umbilical que a ela nos ligava para encontrarmos nosso caminho, lutássemos por nossa sobrevivência, construíssemos nosso mundo e se fosse destruído o refizéssemos.
            Olhamos aquela ruga que por tanto tempo nos incomodou e lembramos-nos das tristezas e alegrias que a trouxeram, que vieram com uma história de vida e que por ela não passamos em vão. Vemos o quanto é bela e real essa história e que talvez desse até para se transformar num livro, que mesmo não editado e publicado, exposto aos olhos de outros nos fariam ver no espelho da vida o quanto realizamos, o quanto bonita interiormente nos tornamos e, então, descobriríamos o quanto de verdade nos amamos.

LEMBRANDO MACHADO DE ASSIS



         Lá se vão muito tempo, mas as lembranças ficam...
         No tempo de colégio tínhamos por obrigação conhecer e ler as obras de um grande escritor – MACHADO DE ASSIS.
         Rememorando tempos tão felizes, onde os jovens ainda liam, se interessavam por literatura e sabiam escrever, desenvolvendo o aprendizado que seus mestres com carinho, respeito e amor os seus alunos apresentavam, lembro-me das obras do GRANDE MACHADO (como chamávamos). Era uma aprendizagem poética, onde descobríamos personagens criadas por uma mente, que sabia transmitir com uma vivacidade que nos transportava para dentro daquelas páginas com seu português impecável, seu estilo elegante ou aquele tom coloquial, que era absolutamente novo para nossas mentes abertas a absorver seu humor fino, sua sedução, tornando-nos cúmplices de seus contos.
         A extensa e variada obra de Machado de Assis tinha tinta da melancolia, humor, ironia, sarcasmo e cinismo.
         Em “Memórias de Brás Cubas”, o humor negro nos fazia rir através dele e, sem que percebêssemos, de nós mesmos. Brás Cubas é a história de uma vida desperdiçada, de um sujeito que só depois de morto pode contar sua história contando-se nela. E a fraqueza é a primeira virtude de um defunto, já dizia Brás Cubas, que passou a vida escapando de si mesmo. Mas é sua dor que está encoberta. É sua incapacidade de fazer de sua vida algo, poupando-se sempre para nada.
         Machado de Assis brinca com a condição humana usando seu personagem.
         Vale à pena reler, relembrar, sonhar, pois a leitura é um sonho e Machado de Assis nos leva para este mundo com a maestria de um grande pensador, fazendo-nos comungar com alguns de seus dizeres.
         “Por ceder em nosso desejo, e para responder a isto, cabe-nos não recuar diante da morte, mas incluir na vida o leito que nos cabe fazer.”
         “Se tens lágrimas chora, mas se só tens riso, ri- é a mesma coisa.”

MÃOS DADAS


Não serei a porta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso a vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos, mas nutrem grandes esperanças.
E entre eles considero a enorme realidade
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas...

            Este fragmento de um poema de CARLOS DRUMOND DE ANDRADE leva-me a pensar sobre a passagem do tempo, sobre a qualidade dos laços que fazemos, de todos os nossos sonhos, os realizados e os não realizados. Drumond nos fala do tempo de agora, nos indica que vivamos o NOSSO TEMPO, este Presente que é tão GRANDE.
            Sigamos de mãos dadas. Mãos de amor que afagam uma criança, mãos de paixão que acariciam um amor, mãos especiais que servem para comunicar os que não podem usar a fala, mãos que batem para machucar, mãos que tocam para sentir e que podem até esconder o que não nos agrada.
            Sigamos em frente de MÃOS DADAS,           reunindo os amigos, ultrapassando juntos os obstáculos impostos, pois só a união trará a felicidade aos nossos corações
            Olhemos para frente de MÃOS DADAS, sem esperar o que não sabemos se virá. 

HOMENAGEM A FERNANDO PESSOA


Fernando Pessoa nasceu em Lisboa em 1888. Passou parte da infância e adolescência na África do Sul. Por ter uma personalidade multifacetada, criou heterônimos, entre eles Alberto Caieiro, Álvaro de Campos, Ricardo Reis, além de várias personalidades literárias.
Sua dificuldade de lidar com o seu Eu, o fazia ser outro Eu e, com esta personalidade e genialidade, escrevia com a alma e estilo como não sendo seus, e assumia as publicações como se outro fosse, e assim assinava. Todas as personalidades a ele pertenciam mesmo que negasse não reconhecê-las suas.
É inconcebível que uma mente prodigiosa como a de Fernando Pessoa tenha passado pela vida sem o reconhecimento em seu próprio país e, só após sua morte, terem sido descobertas milhares de poesias originais datilografadas ou manuscritas e só um livro de versos publicado.
A curiosidade e a profundidade de suas obras levaram-me à exposição no Centro Cultural dos Correios e, maravilhada diante de tanta poesia por mim desconhecida, deixei-me mergulhar no interior de “suas almas” de poeta e por elas me apaixonei perdidamente.
Exposição linda, primorosa, filmes antigos com fundo onde a poesia se confundia com a música, aos meus ouvidos. Poesia e livros digitalizados acompanhando uma nova era, mas por ele não vivida.
Passei horas sob o efeito da alma do poeta, que mesmo facetada em diversos autores, tinha apenas um nome: FERNANDO PESSOA.
E para terminar deixo a vocês do Livro do Desassossego uma pequena amostra deste gênio da Literatura que, ao escrever, assumia as almas que lhe eram desconhecidas, mas que continha toda a luz de um grande poeta.

“Nunca amamos alguém
Amamos, tão somente
A ideia que fazemos de alguém.
É um conceito nosso – em suma,
É a nós mesmos que amamos”.