domingo, 5 de junho de 2011

O DESENCONTRO

        -Posso te conhecer? Estou à procura de novos amigos, de encontrar pessoas interessantes para com elas falar.
            -Interessante, também procuro amigos encontrar alguém com quem possa me identificar.
            E assim, dois solitários, um que precisava preencher seus momentos de ócio e outra, seus momentos de solidão começaram um bate-papo, através da Internet e, aos poucos, descobrindo afinidades mútuas sentiram necessidade de transformar a relação online de virtual a real.
            Marcaram de tomar um café na lanchonete da esquina de onde ela morava e, ao se verem notaram que havia um sinal, que aos dois era comum e que os tornava só um.
            Tinham tanto a falar, tanto a se conhecer que, os cafés esquecidos só com o olhar se entenderam. Um leve tocar das mãos, um choque logo se deu e, sem entenderem o que acontecia, sentiram que novamente queriam se ver.
            De tão intensa vontade, novos encontros surgiram e, através de ditos e mal ditos se foram descobrindo. Um era casado e queria, sem deixar a segurança do lar, buscar algo que o completasse e o fizesse mais feliz. Ela, viúva de um relacionamento feliz, procurava um amigo para trocar amenidades e talvez um companheiro para preencher momentos do seu dia-a-dia.
            E de muitos encontros vieram os desencontros. Tantos problemas surgiram... tanto carinho escondido....tantas perguntas esquecidas.
            Aquele sentimento tão forte, que com tanta força os unia, aos poucos foi se apagando, guardando apenas a lembrança de um sinal indelével, que num aceno de mão transformou-se, apenas... num triste e doloroso Adeus.

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